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Nos meios políticos argumenta-se que a
presidente Dilma Rousseff não correspondeu às expectativas da maioria. A
sociedade invectiva a perda do patrimônio formado nos dois mandatos de Lula da
Silva, que inclui a inserção de mais de trinta milhões de brasileiros em
diversos degraus da pirâmide social). No PT reclama-se dela por não haver
logrado realizar o ideário do partido e contribuído para ampliar o racha entre
as diversas facções petistas. Já Lula da Silva, dizem, pode estar arrependido
do fato de ter optado por alguém que não correspondeu às expectativas. E nos
meios políticos, a queixa é de que nunca os barões da área se sentiram
prestigiados por madame.
Dilma Rousseff vai em busca de redenção ao
divulgar nesta semana uma Carta aos
Brasileiros, documento com o qual pretende firmar um compromisso principal:
defender eleições extemporâreas para a Presidência da República ––provavelmente
no início de 2017. Ora, onde está essa figura de eleição temporã na Carta
Magna? Como poderia haver eleição no decorrer de um mandato iniciado há mais de
dois anos? E em que tempo esse plebiscito para aprovar a eleição seria
realizado? O argumento é mais desabotinado que o Zé Cardozo defendendo sua
patroa no plenário do Congresso.
Na verdade, o perfil da presidente Dilma Rousseff
está sendo, hoje, reformatado como um disco rígido queimado. Até seus
prosélitos mais fanáticos já se convenceram de que madame não é uma gerente
eficaz. E tem mais: expressa a imagem de autoritária e auto-suficiente, o que é
bem diferente de um governante com autoridade; a feição técnica que se
impregnava no perfil, por ocasião do primeiro mandato, esfacelou-se.
Além disso tudo, Dilma Rousseff deu as
costas ao Congresso, cercou-se de um grupo de áulicos aloprados e desengonçados,
afastou-se do próprio Partido dos Trabalhadores e dos outros partidos da base
aliada. Estes, aliás, mais a suportaram do que a apoiaram.
Bipolares |
A imagem de guerreira da madame, que não se
abate ante as derrotas e se sente sempre altiva, a própria Mulher Maravilha, está
no foco dos assessores que ainda circulam no seu entorno. Mas é evidente que a
imagem de campeã invicta tende a se esboroar. Os últimos bastiões de Dilma
persistem na narrativa da guerreira: três a quatro sites patrocinados pela estamento
lulo-dilmista; três a quatro cronistas que deixaram de fazer análise política
para fazer crítica rancorosa ao novo governo e insistem na lengalenga do golpe;
um ou outro grande veículo de comunicação, que ainda teima em estampar
manchetes alarmantes.
Quando se pensa no assunto Dilma Rousseff,
percebe-se o medo fervilhando em todos os cérebros, porque todos sabem que a
esquerda propulsora da madame e o grupelho de direita do Doutor Michel Temer (bipolares) não estão à altura de governar o país, conglomerado social praticamente
impossível de ser gerido, principalmente por gente completamente estúpida e
inepta, embora o impossível só defina o grau de dificuldade.
Então, o que a sociedade deve fazer? Parece
não haver pra onde se voltar. Quem está no governo é incapaz —e isso nas suas
várias facções: o lulopetismo, o dilmopetismo, o temerismo (oriundo do
dilmopetismo, já que o Dr. Temer é o vice da mandatária interrompida). Dos
outros lados (e há muitos) há esquerdas e direitas adesivas e opositivas
totalmente ineptas e inaptas pra governar.
Luca Maribondo
lucamaribondo@gmail.com
Campo Grande | MS | Brasil
lucamaribondo@gmail.com
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