terça-feira, 19 de julho de 2016

Fascista é o lulopetismo

Ótimo, “O Livro da Política”, espécie de enciclopédia do assunto organizada pelo cientista político britânico Paul Kelly, define fascismo como “ideologia nacionalista caracterizada por uma forte liderança, acentuada por uma identidade coletiva e o uso da violência ou da guerra para promover os interesses do Estado (e de suas lideranças) (...)”.

Fascismo é um regime autoritário criado na Itália, que deriva da palavra italiana fascio, que significa viga e remete para uma "aliança" ou "federação". Originalmente, o fascismo foi um movimento político fundado por Benito Mussolini em 1919 e no seu início era composto por unidades de combate (fasci di combattimento).

Inicialmente conceituado pelo professor Giovanni Gentile, principal ideólogo fascista, o fascismo foi apresentado como partido político em 1921. Desde então, a palavra fascista é usada para mencionar “doutrina política com tendências autoritárias, anticomunistas e antiparlamentares, que defende a exclusiva autossuficiência do Estado e suas razões, que são superiores ao direito e à moral, fazendo uso recorrente a forças social-revolucionárias. No entanto, quando o fascismo é estabelecido, ele deixou ilesa a ordem social estabelecida, mas forçando normas disciplinares.”

Segundo experts da política, o fascismo é diferenciado das ditaduras militares porque o seu poder está fundamentado em organizações de massas e tem uma autoridade única. Os seus membros são, na sua grande maioria, provenientes da classe operária e da pequena burguesia rural e urbana, ou seja, dos ameaçados pelos fortes intervenientes do grande capital e do sindicalismo comunista. Quando o fascismo se estabelece no poder, aceita a presença do grande capital e se impõe de forma disciplinadora, impedindo que as organizações operárias defendam a luta de classes (sindicatos, partidos políticos e outros).

Mais: o fascismo é caracterizado por uma reação contra o movimento democrático que surgiu graças à Revolução Francesa, assim como pela furiosa oposição às concepções liberais e socialistas. O termo fascismo passou a ser usado para englobar tanto os regimes diretamente ligados ao eixo Roma-Berlim e seus aliados durante a II Guerra Mundial (1938/45), como os sistemas de autoridade que atribuíam ao estado funções acima daquelas que as democracias lhe entregavam. É o caso das referências ao fascismo espanhol, brasileiro, turco, português, entre outros.

Em 1945, com a queda dos principais estados fascistas e com a divulgação das atrocidades cometidas, o movimento fascista perdeu possibilidades de grandes mobilizações. Apesar disso, alguns grupos minoritários se mantiveram nos antigos estados fascistas (neofascismo).

Revoluções, guerras civis e crises econômicas conduziram a Itália (e outros países como a Romênia, Turquia, Áustria e Alemanha) à formação de grupos fascistas. Na Itália, Mussolini, antigo socialista e militar, ocupou o poder depois da "marcha sobre Roma" em outubro de 1922. A câmara outorgou plenos poderes ao duce e os fascistas ocuparam, pouco a pouco, os postos chave do estado. A corrupção e violência fascistas foram denunciadas, a oposição abandonou o parlamento e Mussolini aproveitou a crise para estabelecer, em janeiro de 1925, um estado totalitário, que proibiu o funcionamento dos partidos políticos e dos sindicatos não fascistas.

Fascista é um adjetivo de dois gêneros que descreve uma pessoa que tem ideias fascistas ou que pertence ao fascismo. Um fascista é uma pessoa que faz parte ou que defende o estabelecimento do fascismo, regime político caracterizado por medidas extremistas e autoritárias. Registros históricos revelam que o fascismo prejudica a vida econômica de um país, causando o enfraquecimento gradual de economias fortes. Atualmente, a palavra fascista é usada quase sempre de forma pejorativa.

Em alguns casos, a palavra fascista é usada em sentido figurado, indicando uma pessoa excessivamente autoritária, que não tem preocupações com a liberdade dos outros. Na visão básica do fascismo, segundo o professor Gentile, “a concepção fascista do Estado abarca tudo”. Isso significa que o Estado está sempre pronto a prover o cidadão, desde comida a dinheiro pra consumo de bens de capital, embora deixe de lado ações e políticas como educação, saúde, justiça, saneamento, segurança. Seu conceito de redistribuição de renda é mais monetarista do que social e/ou político.

No Brasil, mais fascista do que o lulopetismo não existe.



Luca Maribondo
Campo Grande | MS | Brasil

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