Ótimo, “O Livro da Política”, espécie de enciclopédia do
assunto organizada pelo cientista político britânico Paul Kelly, define fascismo como “ideologia nacionalista
caracterizada por uma forte liderança, acentuada por uma identidade coletiva e
o uso da violência ou da guerra para promover os interesses do Estado (e de
suas lideranças) (...)”.
Fascismo é um regime autoritário criado na Itália, que
deriva da palavra italiana fascio, que significa viga e remete para uma
"aliança" ou "federação". Originalmente, o fascismo foi um
movimento político fundado por Benito Mussolini em 1919 e no seu início era
composto por unidades de combate (fasci
di combattimento).
Inicialmente conceituado pelo professor Giovanni Gentile,
principal ideólogo fascista, o fascismo foi apresentado como partido político
em 1921. Desde então, a palavra fascista
é usada para mencionar “doutrina política com tendências autoritárias,
anticomunistas e antiparlamentares, que defende a exclusiva autossuficiência do
Estado e suas razões, que são superiores ao direito e à moral, fazendo uso
recorrente a forças social-revolucionárias. No entanto, quando o fascismo é
estabelecido, ele deixou ilesa a ordem social estabelecida, mas forçando normas
disciplinares.”
Segundo experts da política, o fascismo é diferenciado das
ditaduras militares porque o seu poder está fundamentado em organizações de
massas e tem uma autoridade única. Os seus membros são, na sua grande maioria,
provenientes da classe operária e da pequena burguesia rural e urbana, ou seja,
dos ameaçados pelos fortes intervenientes do grande capital e do sindicalismo
comunista. Quando o fascismo se estabelece no poder, aceita a presença do
grande capital e se impõe de forma disciplinadora, impedindo que as
organizações operárias defendam a luta de classes (sindicatos, partidos
políticos e outros).
Mais: o fascismo é caracterizado por uma reação contra o
movimento democrático que surgiu graças à Revolução Francesa, assim como pela
furiosa oposição às concepções liberais e socialistas. O termo fascismo passou
a ser usado para englobar tanto os regimes diretamente ligados ao eixo
Roma-Berlim e seus aliados durante a II Guerra Mundial (1938/45), como os
sistemas de autoridade que atribuíam ao estado funções acima daquelas que as
democracias lhe entregavam. É o caso das referências ao fascismo espanhol,
brasileiro, turco, português, entre outros.
Em 1945, com a queda dos principais estados fascistas e com
a divulgação das atrocidades cometidas, o movimento fascista perdeu
possibilidades de grandes mobilizações. Apesar disso, alguns grupos
minoritários se mantiveram nos antigos estados fascistas (neofascismo).
Revoluções, guerras civis e crises econômicas conduziram a
Itália (e outros países como a Romênia, Turquia, Áustria e Alemanha) à formação
de grupos fascistas. Na Itália, Mussolini, antigo socialista e militar, ocupou
o poder depois da "marcha sobre Roma" em outubro de 1922. A câmara
outorgou plenos poderes ao duce e os fascistas ocuparam, pouco a pouco, os
postos chave do estado. A corrupção e violência fascistas foram denunciadas, a
oposição abandonou o parlamento e Mussolini aproveitou a crise para
estabelecer, em janeiro de 1925, um estado totalitário, que proibiu o
funcionamento dos partidos políticos e dos sindicatos não fascistas.
Fascista é um adjetivo de dois gêneros que descreve uma
pessoa que tem ideias fascistas ou que pertence ao fascismo. Um fascista é uma
pessoa que faz parte ou que defende o estabelecimento do fascismo, regime
político caracterizado por medidas extremistas e autoritárias. Registros
históricos revelam que o fascismo prejudica a vida econômica de um país,
causando o enfraquecimento gradual de economias fortes. Atualmente, a palavra
fascista é usada quase sempre de forma pejorativa.
Em alguns casos, a palavra fascista é usada em sentido
figurado, indicando uma pessoa excessivamente autoritária, que não tem
preocupações com a liberdade dos outros. Na visão básica do fascismo, segundo o
professor Gentile, “a concepção fascista do Estado abarca tudo”. Isso significa
que o Estado está sempre pronto a prover o cidadão, desde comida a dinheiro pra
consumo de bens de capital, embora deixe de lado ações e políticas como
educação, saúde, justiça, saneamento, segurança. Seu conceito de redistribuição
de renda é mais monetarista do que social e/ou político.
No Brasil, mais fascista do que o lulopetismo não existe.
Luca Maribondo
Campo Grande | MS | Brasil
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