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Não vai ter golpe! Este é o grito
de guerra da chamada esquerda brasileira, que nem é tão esquerda assim. Mas
afinal o que é na verdade esse tão propalado golpe? Analisando o que dizem os
lulo-petistas, os que mais usam o vocábulo, a gente nota que eles não têm a
menor ideia do seu significado. A ignorância é quase total. A expressão golpe
de Estado foi usada por Gabriel Naudé pela primeira já em 1639, há 377 anos,
portanto, foi ganhando significados ao longo do tempo, sobretudo com o advento
do constitucionalismo: durante a vigência deste, faz-se referência às mudanças
no Governo feitas na base da violação da Constituição legal do Estado,
normalmente de forma violenta, por parte
dos próprios detentores do poder político.
Segundo o Dicionário da Política,
“tomando como objeto de pesquisa os anos recentes, achamo-nos frente a uma
verdadeira proliferação de golpes, embora com características bem diferentes.
Na verdade, no início dos anos 1970, mais de metade dos países do mundo tinha
Governos saídos de Golpes de Estado e o Golpe de Estado, por conseguinte,
tornou-se mais habitual como método de sucessão governamental do que as
eleições e a sucessão monárquica”. Mas os atores do Golpe de Estado mudaram. Na
maioria dos casos, quem toma o poder político através de Golpe de Estado são os
titulares de setores-chaves da burocracia estatal.
Mas como se produz um Golpe de
Estado? Diferentemente da guerrilha e da guerra revolucionária, cuja primeira
finalidade é desgastar até ao aniquilamento ou derrota as forças armadas ou
policiais a serviço do Estado, o Golpe de Estado é executado não apenas através
de funcionários do Estado, mas mobiliza até elementos que fazem parte do
aparelho estatal. Esta característica diferencia o Golpe de Estado, igualmente,
da sublevação entendida como insurreição não organizada, que tem escassas ou
nenhuma probabilidade de triunfar na tentativa de derrubar a autoridade
política do Estado moderno.
Resumindo, o tal Golpe de Estado é
a tomada inesperada do poder governamental pela força e sem a participação do
povo. O que os lulo-petistas estão chamando de golpe não tem tomada inesperada
do poder pela força (já viu coisa mais propalada ultimamente?) e sem a
participação do povo (o povo está participando de tudo). Enfim, o golpe é a subversão
da ordem constitucional e tomada de poder por indivíduo ou grupo de certo modo
ligados à máquina do Estado.
Na verdade, quem deu um golpe, foi
dona Dilma Rousseff, a suprema mandatária do Estado, quando nomeou o sr. Lula
da Silva, ex-presidente da República, ministro de Estado. O golpe só não se
consumou porque o Judiciário brasileiro impediu a posse do ex-presidente.
Agora, nesta terça-feira, 29 de
março de 2016, o PMDB, principal aliado do PT no Governo, deu seu golpe ao
abandonar a coalizão governista. Numa reunião que durou três minutos, o partido
do vice-presidente Michel Temer gritou em alto e bom som “fora PT!”. O que isso
significa afinal das contas? O recado é
claro: Dilma, trate de pegar o seu boné a vá fazer bobagem em outras plagas.
Desde que assumiu a presidência da
República, a presidente Dilma Rousseff espalha em seus discursos uma retórica
com entonação impositiva, que deixa de lado a capacidade de persuasão. Rousseff
é incapaz de ter uma organização mental das suas ideais, pois inexiste coesão,
coerência, organização em seu discurso. É notória sua incapacidade de organizar
o pensamento. E isso é uma das causas que provocaram a ida do seu governo para
o buraco.
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