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Rodrigo Gularte,
outro brasileiro no corredor da morte de uma prisão da Indonésia, também deve
ser fuzilado no país asiático por tráfico de drogas. As autoridades indonésias
negaram o pedido de clemência realizado pelo governo brasileiro, segundo informou
nesta terça-feira (20/1/15) o Itamaraty. Gularte, 42, foi condenado à morte em
2005 por ingressar na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em
pranchas de surf. A data da execução ainda não foi fixada.
No final de
semana passado, as autoridades da Indonésia fuzilaram seis condenados por
tráfico de drogas, entre eles o brasileiro Curumim Cardoso. Após o fuzilamento,
a presidente Dilma Rousseff —que tentou em vão salvar a vida do Curumim chamou
para consultas o embaixador brasileiro em Jacarta para manifestar seu repúdio à
execução.
Apesar da
rejeição do segundo e último pedido de clemência previsto no processo, a defesa
de Rodrigo Gularte ainda mantém a esperança de que Jacarta reconsidere sua
decisão por razões médicas. Diagnosticado com esquizofrenia, Gularte poderia
evitar a execução com uma transferência para um hospital psiquiátrico, como
prevê a lei indonésia.
Mas a Indonésia
não demonstra nenhuma disposição para mudar suas leis e mostra estar
aferrada à política de condenar os traficantes de droga pegos com a boca na
botija. E o governo da RI tem o apoio da sociedade, mesmo porque o uso de
drogas ilícitas é um problema sério no país. Rejeitando o clamor por causa das
execuções de cinco cidadãos estrangeiros condenados por crimes de drogas, o
governo continua empenhado em aplicar a pena capital.
Nos jornais do
início desta semana, a gente fica sabendo que a ministra dos Negócios
Estrangeiros, Retno Marsudi, disse que o governo exigiu que os países respeitem
a posição firme da Indonésia contra os narcóticos devido à propagação
desenfreada do consumo de drogas. Ela informou que o o governo havia rejeitado
um apelo da ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália Julie Bishop, que
pediu clemência para dois cidadãos australianos, Andrew Chan e Myuran
Sukumaran, ambos traficantes de drogas condenados.
Ganewati
Wuryandari, um especialista em relações internacionais do Instituto de Ciências
da Indonésia (Lipi), disse que as execuções não eram susceptíveis de prejudicar
as relações com outros países no longo prazo.
Em todo o
mundo, o tráfico de drogas é um motivo de agastamento nas relações entre os países. A Indonésia,
que já executou seis condenados em 2015, tem 135 cidadãos condenados à morte por
questões relacionadas ao tráfico de drogas na Malásia e na China. E tem 34
estrangeiros condenados em suas prisões esperando para enfrentar os pelotões de
fuzilamento no futuro próximo —um brasileiro inclusive.
Na verdade,
penso eu, a reação internacional não passa de um soluço normal que faz parte de
uma dinâmica típica das relações entre os países. A pena de morte é um
estrupício legal em muitos países, inclusive o Brasil, mas muita gente é
favorável, até porque nós, humanos, ainda estamos muito longe de acabar com a
barbárie, apesar de todo o verniz de civilização que nos cobre.
Luca Maribondo
Umalas Bali
Indonesia
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