terça-feira, 28 de junho de 2011

[Podre sobre podre

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Prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB) ganha destaque na mídia nacional, não por seus méritos políticos ou por seus arroubos eleitoreiros, mas por causa da buracama da Morenópolis. Sob o título “O buraco é mais em baixo”, o jornal Folha de S.Paulo, veiculou nesta terça-feira, 28 de junho reportagem em que informa que a “Prefeitura de Campo Grande passa a exigir assinaturas de duas testemunhas para verificar a existência de buracos e impedir reparos desnecessários”.
Buracos do Trad

De acordo com o texto, elaborado em Cuiabá (MT), já que o jornal paulistano não mantém correspondente ou sucursal por acá, “antes de tapar um buraco, as empresas terceirizadas que executam o serviço nas ruas de Campo Grande (MS) terão de cumprir uma exigência inusitada: coletar a assinaturas de pelo menos dois moradores do local”.

Tudo isso por conta de empreiteiras que andaram “tapando” buracos inexistentes nas ruas da cidade. E, claro, cobravam da Prefeitura pelos serviços não prestados. O prefeito decidiu, então, tomar medidas contra os abusos. Não que ele não soubesse das maracutaias, mas como estas chegaram ao distinto público e à mídia, melhor dar um jeito de acabar com os abusos.

Nada como um prefeito vigilante e interessado nos problemas da sua cidade. Se não mudar seu estilo, Trad corre o risco de não deixar pedra sobre pedra, mas podre sobre podre.

2 comentários:

Normann Kallmus disse...

considerando o elevado espírito cívico de seus governantes, não haverão de faltar "testemunhas oculares" das falhas no leito carroçável da capital morenopolitana para apor suas assinaturas nessa impressionante inovação anti-corrupção.

muito bem, kleine kaiser. é com esse tipo de iniciativa que vamos conseguindo ridicularizar ainda mais nossa terra.

Valdir DM disse...

Luca:

Infelizmente, neste país, Prefeito não é eleito para administrar a cidade, mas sim, para achacar os contribuintes-eleitores, repassar o butim para amigos, empreiteiras e terceirizadas e apor nomes de parentes em logradouros públicos.

Na antiga Grécia certa vez um estádio recebeu o nome de um rico mercador. Mas a obra havia sido construida por esse mercador, e não com dinheiro público. Seria interessante criar uma lei que determinasse que a pessoa "homenageada" com nome de rua, ou seus parentes, antes da homologação fizesse, para o logradouro, com dinheiro próprio, e não de órgão público, algum benefício palpável (renovação das calçadas, construção de praça de esportes, pintura e grafitagem dos muros, solidariedade no pagamento do IPTU, etc.). O absurdo é gratuitamente substituir, por exemplo, Rua Juriti por Rua Conde Asdrobaldóbio Rasschklinov de Ourofino (ou outro nome qualquer, pretensamente nobre, com ou sem título). Vamos, quanto a nomes de ruas, imitar Nova York, e não Jurupaquara do Turiaçu!

Quanto aos "serviços prestados à população", a LRF trocou seis por meia-dúzia, a não ser que tivesse incluido, na limitação do item "gastos com pessoal", os gastos com pessoal... das firmas de terceirização (incluindo o pessoal do setor administrativo dessas firmas). Essa lei, nesse item, providenciou, na prática, a volta da Lei da Selva, que permite aos governos (a não ser que tenham alguma tintura de esquerda, claro) controlar esses "funcionários": não vestiu a camisa do chefe (prefeito ou governador), demissão sumária. Com os funcionários terceirizados e seus familiares, o partido que está no poder (principalmente nas grandes e médias cidades) já garante 10% dos votos (e esse percentual está sempre em crescimento)...

Jurupaquara do Turiaçu: pensando bem, que tal trocar "Campo Grande", nome vulgaríssimo e sem imaginação (outro dia acessei o saite "Acorda Campo Grande" e descobri que esse dormido Campo Grande era um bairro do Rio; infelizmente nenhum blogueiro se animou a acordar a nossa Cidade Morena), que tal trocar "Campo Grande" por esse outro nome?.