¬¬¬Sonhei que voava. Um sonho recorrente , um desejo sempre flutuando no turbilhão dos meus neurônios , algo sempre presente em meus pensamentos . Acho que é por isso que eu gosto de ficar vendo as coisas do alto . Fico horas e horas nas janelas do meu apartamento , apreciando as pessoas , os ônibus , os carros , tudo tão pequeno lá embaixo .
No começo , voar dá medo . É estranho ver que é suficiente o desejo de voar . Meu pesado corpo mais-leve-que-o-ar? Como se sustenta ? E na hora de descer ? E se eu me machucar ? E a dor ? Percebi que essas inseguranças são incompatíveis com o vôo . Não se pode voar pensando nisso. Não pense. Voe.
E meu vôo continua. Mais lá na frente , um parque de diversões com uma roda-gigante . A lona de um circo mais adiante . E a pontuda torre da igreja . Será possível ir tão alto ? Sim , claro que é possível , mas não necessário . Não é necessário quebrar nenhum recorde de velocidade , altitude , tempo . Só voar . Apenas voar .
Acordei. Mas todas as boas sensações do vôo vieram comigo : voar é preciso . Era preciso ser livre . Ser um pássaro para voar por tantos caminhos e descaminhos , tantos horizontes . sentir o quanto à natureza é bela e generosa e, ao mesmo tempo , o quanto é cruel e sábia . Olhar as pessoas do alto , ora em sua glória , ora em seu fracasso : ver o mundo lá de cima e, por isso , sentir-se grande , na minha pequenez , e forte na minha fragilidade . Observar que o mundo é perfeito e grande e os seres humanos tão mesquinhos e pequenos . E se comece um novo vôo . O vôo da liberdade . Continuar voando, mesmo que de olhos abertos .
Um comentário:
Voar é preciso!!!
Veleu Grande Luca!!
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