Apologia da ignorância

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Quando a gente pensa que pode melhorar, as coisas pioram no Brasil. Agora tem gente pedindo censura pro Sítio do Pica Pau Amarelo, isto é, censura pro Monteiro Lobato, o primeiro autor brasileiro a se preocupar em escrever livros para crianças. É coisa do Conselho Nacional de Educação (CNE), que, em vez de se preocupar com educação (que é péssima no País), está a fim de dar um jeito de aparecer na midia.

Um parecer do CNE sugere que o livro “Caçadas de Pedrinho” não seja distribuído a escolas públicas e que seja proibida sua leitura em escolas privadas, ou que isso seja feito com um alerta, sob a alegação de que é racista. Se for comentar, terei de ser grosseiro. O economista Normann Kalmus observa que "um grupelho de ignóbeis voltando ao passado e nos lançando nas trevas do obscurantismo, sob a égide da defesa dos direitos humanos"

Essa história de proibir uma obra por medo do que o leitor venha a entender é ou uma ignorância, já que isto de interpretação é cheio de variáveis e possibilidades, ou é desculpa esfarrapada pra impor ou manter uma ideologia. O tal de politicamente correto é uma expressão que foi apropriada pela elite no poder (Lula da Silva é elite, sim!, viu?) como um instrumento para atacar o multiculturalismo. Ainda bem que a expressão "politicamente correto" está deixando de ser politicamente correta.

Será que o povo do CNE teria coragem de censurar a Bíblia? O racismo veio do início dos tempos e existe até na Bíblia Sagrada, enquanto história do povo hebreu e seus descendentes. Está nos textos que Javé teria escolhido o povo santo, dentre todos os outros e proibiu logo que os hebreus casassem com pessoas de povos diferentes. Só um exemplo: "(...) e quando o senhor teu Deusas entregar (as terras dos povos conquistados), (...) deverá condená-los aos extermínio. Não contrairá matrimônio com eles. Nem te aparentarás com elas; não darás as tuas filhas aos seus filhos e não tomarás as suas filhas para os teus filhos.” (Deuteronômio 7, 2-3)

Isso também está na Bíblia Sagrada: "Eu sou preta, mas bela, filhas de Jerusalém, como as tendas de couro escuro, como os cortinados suntuosos. Não vos incomodeis se sou morena, se o sol me tisnou. Meus irmãos curtiram minha pele: puseram-me a guardar as vinhas; e minha própria vinha não guardei." Está no Cântico dos Cânticos, 1, 5-6

Pode parecer exagero, mas as autoridades brasileiras sempre que podem estão em busca da ignorância. Não é de hoje, mas no período de Lula da Silva isso exacerbou-se. Lula da Silva, aliás, sempre fez a apologia da ignorância.