quinta-feira, 29 de outubro de 2009

_Sem perder as estribeiras

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Alguém, não lembro quem, disse que "em política nada se perde e nada se transforma —tudo se corrompe". E corrompe gente que deveria ser incorruptível, gente com formação universitária qualificada e de preeminência na sociedade. Um caso eloqüente desses dias é a eleição da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que acontece no dia 16 de novembro

Atual presidente da instituição, o advogado Fábio Trad liderou há alguns dias carreata de um dos candidatos, Ary Raghiant, de quem parece ser cabo eleitoral apaixonado.
Em dado momento, Trad e caterva resolveram passar em frente à sede do comitê de campanha do adversário, Leonardo Duarte, a fim de debicar a turma do outro lado. Só que o que deveria ser uma forma zombar dos antagonistas, tornou-se uma ação agressiva e despropositada, segundo testemunhas.

Relato que consta de um email que está circulando na Internet afirma que Fábio Trad "desviou completamente de seu itinerário e atravessou a cidade para afrontar aqueles que estavam a comemorar. (...) nosso presidente (da OAB) estava completamente descontrolado". E as fotos anexadas ao tal email mostram um Trad desatinado, com mais da metade do corpo pra fora da janela do carro que o transportava (o que fere as leis de trânsito). Do outro lado, um rapaz faz um gesto impudente. Tem mais: dentro do carro o que parece ser uma criança sorri. Como aquela era uma situação potencialmente perigosa, não teria sentido uma criança estar participando.

O site da OAB não toca no acontecimento (claro, né?), mas uma nota da Comissão Eleitoral da entidade, assinada por Edson Macari, ameaça: "no sentido de manter a normalidade do pleito eleitoral no próximo dia 16 de novembro de 2009, conclama a todas as chapas concorrentes a se pautarem dentro dos limites éticos, evitando ofensas à honra e imagem de candidatos, ou à imagem da instituição. Os excessos serão apurados e punidos na forma da legislação vigente". Estranhamente, a nota está prédatada de 27 de novembro de 2009.

Volto ao email: o autor diz que "só nos resta lamentar e pedir a tais advogados que recordem a lição número um da advocacia: manter a ética, tratar os colegas com urbanidade e dignificar a profissão". Procurei o Sr. Edson Macari na tarde de ontem na OAB, mas ele não se encontrava. Assim não dá pra saber se o Fábio Trad será punido, como preconiza a nota.

Resta apenas lamentar que dirigentes que se deixam dominar pela exaltação denigram a entidade. Afinal, a importância da OAB para o País transcende, e muito, o papel de órgão representativo do estamento do direito A OAB é um patrimônio intangível da nação brasileira e República, pois nunca hesitou em defender o Estado democrático de direito, mesmo nos momentos mais críticos da vida política brasileira. Nunca se acovardou. Seus dirigentes não têm o direito de perder as estribeiras.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fácil é fazer comentários,sem ouvir as duas partes, eu enquanto advogado, estou com Leonardo, ams ouvi a outra parte. eu estava no comitê no dia da referida cena.
algnus "colegas" atcaram realmetne a honra da família do presidente da Ordem, desas forma, atenho-me a primar pela ética profissional e política de alguns destes doutores.

Ética senhores!!!

saibamos distinguir os bons dos levianos!

Unknown disse...

Concordo plenamente de que sempre é necessário ouvir as duas partes. Este é um dos preceitos básicos do trabalho jornalístico. Neste caso específico, tentei falar com com o sr. Fábio Trad, com o presidente da Comissão Eleitoral, e ninguém se dispôs a falar comigo. Como não estou fazendo reportagem, limitei-me as escrever a respeito das informações que possuia no momento da redação. Por favor, da próxima vez identifique-se: você certamente não gostará do que tenho a escrever sobre gente que escreve cartas anônimas.