sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Pelo andar da ambulância


Bilhetinho pro prefeito

Caro Dr. Marquinhos
Estou aqui diante da tela do meu computador lendo a respeito do caos do sistema de saúde de Campo Grande, cidade que, como se sabe, o senhor deveria administrar bem. Diante do espaço branco e brilhante que imita uma folha de papel sulfite bem à minha frente fico imaginando qual seria a sua reação se fosse obrigado a usar os serviços de saúde (ambulatórios, hospitais, postos de saúde etc.) do Município, tido como rico e bom pra morar, feito "para viver e ser feliz", como afirma o slogan da sua administração.

Enquanto escrevo, estou pensando nos problemas que a população mais carente enfrenta quando necessita dos serviços públicos de saúde. E lucubro em qual seria a sua reação se chegasse diante do portão da Santa Casa, o maior hospital do Estado, com o dedo minguinho da mão esquerda decepado e o porteiro do nosocômio o barrasse (quem se importa com o minguinho?!). E se o senhor fosse com suas filhas sentindo dores de barriga? Ou qualquer outro desses pequenos e grandes problemas que afetam a saúde de todos nós, pobre ou ricos? O que o senhor faria se fosse impedido de receber os serviços do hospital.
Apesar de ser considerada rica, Campo Grande vem sofrendo com a falta de dinheiro há décadas graças às más gestões. Sei que o problema da saúde no Brasil não é apenas de falta de dinheiro, mas também da má gestão dos recursos. Há carência de gestão definida e qualificada. Há muita corrupção, fraude, corporativismo. Isso precisa ser solucionado e se resolve com gestão apta e qualificada e também com custeio adequado, algo que parece inexistir em sua administração.
Sabe-se que a gestão da saúde pública é muito complexa e exige capacidade, habilidades e qualificação continua. E interesse dos gestores. O que definitivamente não existe na Prefeitura de Campo Grande. A saúde morenopolitana vai de mal a pior. E o senhor, claro, sabe muito bem disso, né não?
A gente nota que, além da falta de recursos, a distribuição desses recursos não se dá de forma equitativa. Inúmeros bons serviços existentes não são acessíveis a todos e a qualidade deixa a desejar em muitas situações. Muitos daqueles que precisam de atendimento não conseguem por causa das longas as filas de espera para consultas, medicamentos, exames e cirurgias.

Sabe-se que saúde é o bem maior das pessoas e, por isso, o povo brasileiro merece atenção e respeito. Dr. Marquinhos, é preciso dar um basta nessa situação horrorosa que só amplia o sofrimento das pessoas, especialmente dos mais pobres e carentes. O senhor nem aparece pra explicar pra todos nós o que está acontecendo —o senhor precisa botar a cara a tapa e contar pra gente porque a saúde morenopolitana vai tão mal e o que vai fazer pra consertar e concertar as coisas. Pelo andar da ambulância, papai do céu vai castigar o senhor.
Luca Maribondo

Campo Grande | MS | Brasil

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