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Nos alfarrábios políticos, explica-se que democracia
é a forma de governo em que os membros de uma sociedade atuam como planejadores,
autores e executores na elaboração política —a isto se dá o nome de democracia
direta—, ou são representados por um grupo de pessoas que realizam essa
elaboração por deputação —a este sistema dá-se o nome democracia
representativa.
Como qualquer sistema político, a
democracia contém inúmeras imperfeições em seus princípios filosóficos, sociais,
de planificação e operacionais, em virtude do desenvolvimento dos partidos
políticos, movimentos, grupos de interesses, redes sociais e outras
instituições confluentes e influentes, e o fato dos valores defendidos por
parte dos membros de uma democracia serem considerados, por eles, como de mais
importância que a preservação da democracia como forma de governo, a aplicação
do termo a qualquer Estado existente pode estar predisposta a críticas.
No seu Dicionário
de Análise Política, Geofrey Roberts ensina que (...) pode-se, inversamente, alegar que o termo descreve a forma de governo
até de Estados comunistas e totalitários, sob o fundamento de que as mudanças
de relações econômicas encontradas apenas em sociedades comunistas constituem
condição preliminar essencial de participação igual, na política, de todos os
cidadãos. Assim, como categoria de classificação real, é menos eficiente que
alguma forma de tipologia de governo baseado, por exemplo, no número de
partidos políticos, no tipo de sistema eleitoral ou na forma de relações de
legislativo e executivo.
Resumindo, democracia é o governo do povo,
pelo povo e para o povo, apesar do povo. Diz-se que há uma democracia no
Brasil, no país, porém, o sistema democrático começa na votação e acaba na
apuração. Simples assim. No entanto, se a democracia neste país é relativa, a corrupção
é absoluta. Na verdade, o Estado Brasileiro é, hoje, uma cleptocracia, até
porque no Brasil, a Justiça é cega, o Governo é surdo, o Povo é mudo. E, pra
completar, o legislativo é a ave de rapina que transforma a democracia em
patavina —e a política é materializada por homens sem honestidade, sem ideais e
sem grandeza, com as exceções de praxe.
Tem que, em Pindorama, a diferença entre
circo e política é que no circo os palhaços estão no picadeiro, os gestores
estão na bilheteria e o público está na plateia. Na política, o público está no
picadeiro, os palhaços estão na plateia e os gestores se mandaram levando a
bilheteria. Por conta disso, o maior problema da democracia por estas bandas é
que a maioria não é democrata —aliás, a grande maioria do povo brasileiro nem
sabe o que é democracia.
Se você perguntar pra dez pessoas o que é democracia?!, onze delas não
saberão do que você está falando.
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E o povo? Ora, o povo!... |
Afirmar que há uma real e verdadeira
democracia no Brasil é algo um bocado hilariante, embora seja trágico. Gente
tida com inteligente, culta, séria, informada, afirma que há, "graças a
Deus!", mas é complicado imaginar que desta forma possa haver uma
conscientização política formadora de pessoas ativas e conscientes do interesse
público (não se pode dizer que não há, mas que são poucos, ou melhor, raros).
Contra os otimistas, entende-se que essa é a maneira por “excelência” de se
fazer política no Brasil. E, se estiver certo, o que quer que exista aqui ou é
contrário à palavra “democracia” ou tem outro nome, que ainda não se inventou. Na
verdade, como país estamos longe da tão sonhada democracia. Temos é uma democracia estrambótica.
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