sábado, 18 de setembro de 2010

A menininha masoquista


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Tem histórias que realmente são de difícil interpretação, por mais simples que sejam. Exemplo disso são textos do escritor tcheco Franz Kafka, de Samuel Becket, Eugene Ionesco, Paulo Coelho e tantos outrospelos mais diversos motivos, inclusive uma certa falta de conhecimento da arte de escrever e do idioma utilizado para tanto. É o caso da história que será contada a seguir, prenhe de idas e vindas que alteram todo o enredo.

Há males que vêm pra pior
Diz que numa pequena casa de madeira situada no meio de um tenebroso bosque em plena Nhecolândia, região do centro do Pantanal, morava uma velha e maldosa mulher que criava uma enjeitadinha. Todo dia a velha senhora, uma verdadeira "vódrasta", dava uma surra na menininha, porque era uma neurótica e detestava crianças.

Essa menininha trabalhava desde o ralar do sol até a tardinha, limpando a casa, encerando o assoalho, lavando o chão, cuidando da criação, dando comida prs peixes, sem poder brincar e descansar. Comia apenas uma vez por dia. Era comida fria e sem gosto, e quando o sol morria, a velha a trancava num quarto escuro pra dormir.

Tem que um dia, um corajoso caçador que perseguia uma anta por essa região, encontrou-se com a menininha e ficou muito condoído com a figurinha esquálida e esfarrapada da pobre criança. Tomando conhecimento do tratamento desumano que a velha lhe infligia, resolveu ajudar a pobre criaturinha. E não deu outra. Apontou seu poderoso rifle de caçador de antas para a dita cuja e, fingindo errar o alvo, acertou a velha, pondo fim aos cruéis dias.

Quando a criancinha viu a pobre velha estirada no chão, sem um pingo de vida no corpo, começou a chorar, a chorar, a chorar... O caçador então lhe perguntou se não estava feliz e porque chorava, chorava e chorava daquele jeito.

Quem vai me espancar agora? Quem vai me maltratar agora? Quem vai fazer eu trabalhar horas e horas a fio durante o dia? Quem vai me fazer chorar? Agora estou sozinha no mundo, sem ninguém para me fazer mal, sem ninguém para me maldizer, amaldiçoar e bater!

E o caçador, vendo que havia matado uma velha sádica, resolveu entregar a crlanclnha masoquista aos cuidados de uma familia benquista, para fazer uma psicanálise com um psiquiatra possivelmente louco.

Em seguida entregou-se à policia porque começou a sentir dúvidas atrozes: teria feito a coisa certa? Vale a pena fazer o bem sem saber a quem? Toda criancinha é pura e inocente?

Moral da história: viver mal é a melhor vingança. Moral da história 2: há males que vêm pra pior.

Um comentário:

Carla Marzagão disse...

Você consegue ser mais cáustico do que eu. MUITO BOM!!!!