segunda-feira, 12 de outubro de 2009

_O mundo mágico dos TCs

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A mídia cala sobre a rota da corrupção. Frequentemente as licitações em várias instâncias são eivadas de lacunas legais. Quase não há pregão para serviços que não contenha exigências absurdas em edital ou propostas vencedoras tecnicamente inviáveis. As lacunas da lei 8666 permitem, os tribunais fazem vistas grossas, ninguém reclama. Vez em quando vaza alguma fraude e as autoridades fazem cara de paisagem. Pois é.

Não surpreende que o rabicho do TCE (Tribunal de Contas do Estado) paulista apareça nas investigações do escândalo Alstom-PSDB. Nem que haja tamanha resistência a investigar, em ambiente político, algo que teria derrubado Dirceus, Paloccis, Sarneys e outros do mesmo jaez. Em breve, a Justiça será obrigada a resolver dezenas de inquéritos abertos. Mas há duvida de que haja qualquer resultado satisfatório: o caso envolve gente demais, dinheiro demais, paulistas demais, tucanos demais. Seria um castelo de cartas desmoronando, pondo abaixo o que resta do PSDB histórico, atingido em seu ninho original.

Esses problemas existem em todo o País, inclusive em Mato Grosso do Sul, mas ninguém no jornalismo corporativo tece qualquer crítica a seus vínculos partidários (você sabe quem compõe o Tribunal de Contas de seu Estado?). O silêncio se repete agora, quando o TCU não se manifesta, inclusive contra o PAC, poupando milhares de obras país a fora.

Assim funcionam as instâncias responsáveis por fiscalizar os investimentos públicos da Copa do Mundo e das Olimpíadas. E assim reage a imprensa dita democrática, em tese dedicada a cobrar o rigor daqueles mesmos órgãos escrutinadores.

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