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Volta e meia ouvia da minha avó o ditado "o castigo vem a cavalo". E a frase é dita desde épocas imemoriais até os dias de hoje. Algum desanuviado poderia objetar: "há meios de transporte muito mais rápidos". Entretanto, o castigo prefere as cavalgaduras. Nada de milagroso —afinal, há sempre uma filial do inferno justo ao lado.
É de lá que ele sai em ajuste de contas, e logo irá ter contigo, comigo, conosco. E cavalos são imponentes, dramáticos. Imagine o castigo chegando no lombo de um jumento, nas costas de um avestruz ou ainda no cockpit de um bólido de fórmula um. A sua aparição não teria o mesmo impacto poético, a mesma densidade trágica.
Mas o castigo virá a cavalo. Uma, duas, tantas vezes quanto necessário. Quem tem pressa nas atuais circunstâncias?
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
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