quinta-feira, 2 de julho de 2009

_Vai um bifinho aí?

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Produtores de carne de Mato Grosso do Sul (diz que no MS está o maior rebanho de gado de corte do país) que se cuidem. A ong People for the Ethical Treatment of Animals (Gente pelo Tratamento Ético dos Animais ou PeTA na sigla em inglês) está oferecendo 1 milhão de dólares a quem criar, em laboratório, carne com gosto e textura de carne natural até junho de 2012. A PeTA é a maior entidade internacional de luta pelos direitos dos animais. Seus 800 mil membros, argumentam que animais não foram feitos para servir de comida, vestuário, cobaia, tração, montaria ou distração. O prêmio, com sabor de desespero, pretende reduzir o sofrimento dos bichos e minimizar os efeitos ambientais devastadores da cadeia produtiva da carne.

Segundo o ambientalista mineiro Paulo Bastos, "por sofrimento dos animais entende-se o esfolar raposas, ainda vivas, para a produção de casacos; enterrar gansos, deixando o pescoço de fora, despejando milho sem parar, através de um funil, até provocar engorduramento do fígado, para se fabricar o patê mais caro do planeta; seccionar as patas de cavalos e deixá-los esvair-se em sangue com o fim de obter-se carne mais enxuta; dilacerar o bico das aves de granja e espremê-las em espaço menor que uma folha A4, matando-as em um tempo 15 vezes menor do que se vivessem livremente; os pintinhos triturados vivos para virarem caldo de galinha, contendo fezes, penas, ossos e cartilagens; privar bezerros de esticar as pernas, após separá-los das mães (que hoje produzem 50 litros de leite cheio de pus e pesticida, à base de hormônios, antibióticos e anabolizantes, sofrendo ordenha mecânica, mastite, prolapso), de sua alimentação natural, de sua liberdade, para abatê-los com meses de vida, vendendo-os como vitela; dependurar em ganchos e dar choques elétricos em cães, carneiros, bois, cavalos, pois a adrenalina torna a carne mais saborosa; porcos, bois e galinhas fatiados ainda vivos, já que a produção industrial é tão intensa que não dá tempo de matá-los. Arrancar chifres dos animais com maçarico é algo corriqueiro, castrá-los sem anestesia, jogá-los na água quente, tirar-lhes as peles ainda vivos"... Tem mais: todos os animais são mortos ainda bem jovens —a maioria bebês.

Bastos continua: "por efeitos ambientais devastadores entende-se a produção de carne em escala, solapando os recursos naturais. Produzir 450 gramas de bife de gado confinado gasta 2,26 Kg de grãos, 24.450 litros d´água, energia de 3,8 litros de gasolina e 16 Kg de solo erodido. Os recursos fósseis são para o transporte, tratores, fertilizantes químicos e pesticidas: os animais já são quase subprodutos do petróleo. No Brasil há mais 230 milhões de cabeças de gado, contra uma população de 180 milhões. Toda essa produção de animais no mundo destina-se a apenas 15% da população mundial, pois o restante não tem acesso a ela, mas recebe em troca toda a destruição do planeta".

Contrariamente à produção de carne, produzir vegetais para consumo humano é, em geral, cinco vezes mais eficiente em termos energéticos do que criar gado no pasto; vinte vezes mais eficiente que criar galinhas e mais de cinquenta vezes mais eficiente que criar gado confinado. Se hoje ainda tem sentido fazer o contrário é porque a carne vale mais que o petróleo. Porém, a longo prazo, produzir carne com recursos fósseis não faz o mínimo sentido.

A utilização excessiva da terra para criação de gado resulta na perda de sua camada fértil. Por todo o globo, a terra, que é a base da produção de alimentos, está sendo rapidamente erodida. Os fazendeiros optam por métodos de produção de baixo custo que deixam o solo exposto e submetem terras fracas à produção intensiva levando-as à ruína. A principal causa mortis das grandes civilizações foi o esgotamento do solo. Atualmente, 1/3 do planeta está em processo de desertificação.

Para buscar essa carne aritificial, foi criado o The In Vitro Meat Consortium (Consórcio da Carne In Vitro) na Universidade das Ciências da Vida da Noruega em 2007como um laboratório para desenvolver pesquisas nessa área. A Tivmc é uma aliança internacional de cientistas ambientalistas preocupados e empenhados em buscar e estabelecer um processo industrial em larga escala de produção de tecido muscular (isto é, carne) artificial para consumo humano.

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