_O velho roquenrol

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Um jeca do Mississipi, um ianque brega de Detroit, um pianista maluco da Louisiana, um agroboy do Tennesse, um ex-trombadinha de St. Louis, um negro grodo e baixinho de New Orleans filho de um violinista, um mulato estilo bicha louca da Geórgia, uma dupla de irmãos tímidos filhos de cantores do Kentucky e um mauricinho do Texas, o negro cego da Geórgia e um caipira depressivo do Arkansas. Todas essas figuras pareciam destinadas a serem ilustres desconhecidas. Mas com a força da sua música, eles abriram caminho para a celebridade criando o explosivo fenômeno do rock’n’rolll e se tornaram os heróis musicais das gerações seguintes: Elvis Presley, Bill Halley, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Chuck Berry, Antoine “Fats” Domino, Little Richard, Everly Brothers, Buddy Holly, Ray Charles e Johnny Cash.

Em 13 de julho comemora-se o Dia Mundial do Rock, não por causa destes doze caras, mas não se pode mencionar rock’n’roll sem falar deles —festeja-se a data desde 1985, por causa do Live AID, festival pelo fim da fome na Etiópia. O Live Aid aconteceu simultaneamente na Filadélfia (EUA) e em Londres (Inglaterra) e tinha nomes como Black Sabbath (com Ozzy Osbourne e tudo), Status Quo, Inxs, Loudness, Mick Jagger, David Bowie, Dire Straits, Queen, Judas Priest, Bob Dylan, Duran Duran, Santana, The Who e Phil Collins entre muitos outros megastars do rock. Curiosidade: Phil Collins, vaidoso como ele só, abriu o show nos EUA e, na sequência, voou para Londres para fechar o festival...

Outros festivais com essa mesma consciência social ocorreram na década de 1980 como o U.S.A. For Africa, Live Aid, Farm Aid, Hear 'n' Aid, Artists Against Apartheid e o Amnesty International, reunindo sempre grandes nomes do mundo pop-rock. O Live Aid talvez tenha ficado mais famoso; e não é pra menos, arrecadou mais de 60 milhões de dólares que foram doados em prol dos famintos na África. Curiosamente, não foi feito nenhum vídeo, cd, dvd sobre o festival até hoje, muito possivelmente pela grande quantidade de artistas envolvidos no projeto.

Dizem que a primeira gravação de uma peça de puro e explosivo rock’n’ roll foi feita por Fats Domino em 1949, em New Orleans. Há sessenta anos, portanto, era registrada num disco de goma-laca de 78 rpm a canção “The Fat Man” (o homem gordo em inglês). Talvez a gente possa juntar as duas datas e comemorar o sexagésimo aniversário do velho roquenrol.