quarta-feira, 1 de julho de 2009

_Em quinta

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As companheiras do homem, mesmo que mostrem respeito por seus méritos ou autoridade, sempre o vêem secretamente como um asno, e com uma sensação próxima da piedade ou compaixão. O que ele diz ou faz, por mais brilhante ou inteligente que seja, raramente as engana. Elas vêem o homem com ele é por dentro e o consideram oco, incompetente e patético. É o caso, por exemplo, das mulheres no trânsito. O homem sempre a colocou como um ser incompatível com veículos automotores, inadequado para ruas, estradas, avenidas. Mas sempre que são colocados à prova, lado-a-lado, no trânsito, a mulher acaba saindo-se melhor que o homem. Hoje em dia, por exemplo, as empresas de seguro cobram menos das mulheres do que dos homens quando se trata de segurar veículos em casos de acidente.

Agora, outra prova: sempre que alguém se dá ao trabalho de fazer pesquisas nesse sentido, os estudos mostram que o sexo masculino é campeão das infrações de trânsito. Já as mulheres se destacam quanto à prevenção. Mas os homens vivem criticando as mulheres que dirigem carros ou motos.

O perfil do condutor mais sujeito a se envolver em algum tipo de acidente é homem, com média de 30 anos, cerca de 10 anos de habilitação e situação financeira nas classes A ou B. Isto é decorrência da má preparação do motorista em nosso país, que utiliza o volante como status social. Os especialistas no assunto consideram que o condutor brasileiro, de maneira geral, tem dificuldade de perceber que o comportamento coletivo (segurança, fluxo de tráfego) é mais importante dos que as necessidades individuais (facilidades de acesso, horários de compromissos).

É bom lembrar também que boa parte do que acontece de errado no trânsito não é por culpa de motoristas, motoqueiros e pedestres, mas das autoridades responsáveis pelo ordenamento, planejamento, legislação e fiscalização da circulação de veículos e pessoas. E que a maioria —a grande maioria— dessas autoridades são homens.

Pode notar que a maioria das estatísticas comparativas entre homens e mulheres acabam demonstrando que os traços e as qualidades essenciais do homem, suas características ainda não poluídas, são as mesmas do homem das cavernas —este se limitava a músculos e a um cérebro de purê-de-batata. Sem uma mulher para conduzi-lo e pensar por ele, seria um espetáculo mais do que lamentável: um bebê hirsuto, uma anta travestida de rinoceronte, uma frágil e absurda caricatura de Deus.

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