Enquanto a Prefeitura de Campo Grande se faz de morta, políticos, comerciantes, publicitários, donos de escolas, advogados, universidade, sorveteiros, médicos e até cassinos e lupanares, criam o caos em vários pontos da cidade, instalando estabelecimentos comerciais em zonas estritamente residenciais. Carros atravancando o trânsito em ruas estreitas e calmas, lojas que funcionam onde não deveriam, longas filas duplas e triplas em frente a escolas —que as autoridades do trânsito todo ano garantem que agora vão reprimir severamente (alguém acredita?).
Campo Grande está cheia de casos de desrespeito à legislação que ordena o uso do solo da cidade, principalmente em áreas estritamente residenciais. Tudo porque a Lei de Zoneamento, criada para disciplinar a ocupação da cidade, é desrespeitada por anônimos e figurões que invadem bairros estritamente residenciais, criando bagunça, poluição e desrespeito por onde fincam suas raízes.
É fácil percebê-los, pois destoam da vizinhança pacata. Parecem residências, mas não são. Em geral —mas nem sempre—, a coisa é discreta, mas esses estabelecimentos recebem tanta gente —clientes, fornecedores, correligionários, alunos, amantes e namoradas— que, no horário comercial —e em muitos casos, fora dele também— congestionam a rua de carros e incomodam os moradores com o barulho, fumaça, poeira, lixo e movimento.
Personagens dos noticiários dos jornais e das colunas sociais, aparentemente cidadãos acima de qualquer suspeita, todos integram uma legião de campo-grandenses fora-da-lei. Entre eles, há figurões descolados, garotões sarados, gente conhecida ou anônima que se esmera em ignorar a Lei do Zoneamento, o conjunto de normas que deveria regular o crescimento da cidade, disciplinar a ocupação de suas ruas e bairros e fixar os limites da cidadania.
O desrespeito ao zoneamento acontece tanto em bairros considerados chiques quanto nas fímbrias da cidade. Acontece de tudo: loteamentos clandestinos próximos a áreas de mananciais e matas preservadas, vias públicas que simplesmente desaparecem, tomadas por figurões, ruas e calçadas invadidas por notáveis, estabelecimentos comerciais e de profissionais liberais em zonas estritamente residenciais, faculdades sem estacionamento obrigando seus alunos a tomarem ruas inteiras, postos de gasolina despejando água suja e restos de derivados de petróleo etc. etc.

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