sábado, 29 de abril de 2006

Tá lá uma árvore estendida no chão...


Afinal, o que era? Apenas uma senhora árvore longeva, centenária. Idosa. Mais de cem primaveras. Mais de cem anos acompanhando os passos da cidade com uma grandiosa história para contar. Uma História feita de muitas histórias. Uma jornada para fazer cronistas e historiadores morrerem de inveja.

Cento e trinta e três anos de Cidade Morena. Um século e um terço que poderia ser contado por ela. Agora, a árvore jazia derribada —folhas, ramos, galhos, frutos... Isso mesmo, o retrato dos mais de cem anos da capital de Mato Grosso do Sul ali, jogado, estirado no asfalto, sem vida... Sem reação, sem nada para esperar, sem nada a almejar, sem destino, assim como aqueles homens sem escrúpulos que a desmantelaram. Homens que não deixaram a própria natureza contar a História de Campo Grande.

E agora? Qual será o destino dela? Vai virar tábua, carvão para churrasco ou irá sustentar fios de arame farpado? Quem sabe? Mas, com certeza, o amontoado de lixo seria um local perfeito para os seres destruidores do meio ambiente, munidos de suas poderosas e ruidosas da serras elétricas. Talvez devêssemos trazer Brutus, o gigantesco crocodilo australiano que devorou a serra elétrica.

E a História? De sua face escorrem lágrimas. A natureza fica estarrecida com o fato e nós, seres humanos, sem ela para contar tudo aquilo que passou durante este século. Sem raciocínio, sem inteligência, sem idéia... 133 anos. Apenas tá lá a árvore estendida no chão.

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