quarta-feira, 19 de julho de 2017

Partidos da indignidade e da obscenidade

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Quem acompanha com interesse o ambiente da política sabe que partido político é um grupo organizado, formado por membros que aprovam uma enorme gama comum de valores, normas e regras. Seu objetivo fundamental é atingir o poder político e os cargos públicos do Estado, geralmente por meios legais, a fim de dar cumprimento aos seus objetivos, geralmente regidos por ideologias.
Não se deve confundir partido com movimento em virtude de sua estrutura organizacional mais formal e burocrática, a natureza mais específica dos objetivos e ampla aceitação dos métodos para obtenção de poder político que, comumente, prevalecem no sistema.
O exercício do poder governamental não é a única função de um partido político. É órgão para recrutamento político, instrumento de socialização política, canal para comunicação política etc. Em termos de sistema político, exerce, entre outras, funções de agregação de interesses.
Nas nações-estados de um só partido, estes têm os mesmos objetivos fundamentais, isto é, controlar o poder governamental, do mesmo modo que os partidos em sistemas em que mais partidos concorrentes. As fontes de concorrência e rivalidade política podem diferir (por exemplo: pode haver, como tem havido na Indonésia, Rússia e na China, concorrência da parte dos militares ou da burocracia).
Partidos especializados e pequenos partidos com pouca ou nenhuma esperança de atuar como governo em futuro previsível são casos marginais dentro dos termos da definição aqui delineada. Um partido especializado, como os partidos nacionalistas da Grã-Bretanha, é, talvez, mais bem classificado como grupo de pressão que emprega as campanhas eleitorais como estratégia; pequenos partidos, com política ampla e possibilidades de participar do poder numa coalizão (por exemplo: os Democratas Livres da Alemanha Ocidental) figuram, claramente, dentro dos termos da definição já expressa.

Os partidos têm sido estudados de muitas formas pelos cientistas políticos, inclusive o método de estudo de casos, estudos comparativos, relatos históricos, estudos de comportamento etc. Aspectos de estrutura organizacional, liderança, métodos de recrutamento, política e processos de tomada de decisões, funções e sistemas de valores, e o cenário e comportamento políticos dos membros e adeptos têm sido matérias de estudos importantes.
Mas o sistema tem uma enorme quantidade de falhas. No Brasil a coisa é grave: dentre os mais de trinta partidos políticos em atividade no país, não há um sequer digno dessa classificação de organização social que se fundamenta na concepção política ou em interesses políticos e sociais comuns e que se propõe alcançar o poder.
Difícil dizer qual é o pior partido político do Brasil, já que correm todos na mesma raia. Mas, hoje, PSDB, PT, PMDB, DEM, Rede, PCdoB e outros certamente estão entre os piores. Aliás, o PSDB só é bom para o seu principal adversário, o PT. Para este e seus fanáticos adeptos, o PSDB é o céu, pois justifica todas as suas mazelas, bandalha, degeneração, depravação, podridão, corrupção e torpeza. “Quando o PSDB governava era muito ruim ou pior; por que não podemos fazer o mesmo?”, justificam.
Hoje, PSDB, PMDB e PT certamente são o pior da política no Brasil. É um típico caso em que a indignidade justifica a obscenidade.

Luca Maribondo
Campo Grande| MS | Brasil

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