quarta-feira, 24 de junho de 2009

_E a liberdade?

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Começou nesta terça-feira (23/6), em Roma, aquele que já é considerado o mais polêmico julgamento do ano na Itália: quatro executivos da Google são acusados de difamação e violação de privacidade ao terem permitido que o YouTube, comprado pela empresa em 2006, deixasse no ar um vídeo mostra uma jovem autista espancada e insultada por colegas de escola, em Turim. Segundo o site Findlaw, os empregados da Google alegam erro de má-administração do que é postado no YouTube.

A reação da empresa é de que a denúncia contra os quatro viola as leis dos EUA, já que "tenta-se culpar os donos do site por um conteúdo postado por usuários". Ainda segundo a Google, o julgamento "é uma clara ameaça à liberdade na Internet, vez que pode forçar os provedores a uma tarefa impossível, a de ter de ver e arbitrar milhares de horas de vídeo colocadas diariamente na web, sobretudo em sites como o Google e o YouTube".

A promotoria afirma que não se trata de censurar a Internet, mas de fazer com que grandes corporações, na Itália, tomem a iniciativa de bloquear conteúdos inapropriados ou simplesmente os apaguem rapidamente. "É o primeiro caso desse tipo não só na Itália, como em toda a Europa", argumenta o advogado Alessandro del Ninno, especialista em assuntos de Internet.

Os quatro executivos da Google, David Drummond, George Reyes, Arvind Desikan e Peter Fleischer são julgados in absentia. O vídeo já estava no YouTube quando a Google comprou a empresa, em 2006. A prova do crime foi levada às cortes pelo grupo de advogados chamado Vivi Down, que cuida, pro bono, de vítimas da síndrome de Down. No vídeo, realizado em 2006, a estudante é espancada e insultada pelos colegas, em plena sala de aula —prática conhecida como bullying (intimidação em inglês). Enquanto a menina é espancada, um dos agressores encena que está ligando para o grupo Vivi Down (Associazione Italiana per la Ricerca Scientifica e per la Tutela della Persona Down, ong italiana que proporciona assistência a downistas), em busca de socorro.

Já imaginou se o pessoal do YouTube —e outros domínios na Internet— tiver de responder por toda a sacanagem que se posta no site? Esta certamente é uma maneira de tentar tolher a liberdade de expressão.

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