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No sábado, 1º de julho de 2017, a administração do dr. Marquinhos Trad, completou seu 182º dia de existência, ou o seu sexto mês. A efeméride não foi comemorada, até porque o cidadão campo-grandense nada vê de novo na sua cidade e, muito menos, na administração do doutor. Mas a culpa não é só do prefeito, mas também do morenopolitano, que não respeita a sua cidade como espaço urbano. E o problema da cidade —de Campo Grande e de todas as outras— está indissoluvelmente ligado ao da sociedade.
No sábado, 1º de julho de 2017, a administração do dr. Marquinhos Trad, completou seu 182º dia de existência, ou o seu sexto mês. A efeméride não foi comemorada, até porque o cidadão campo-grandense nada vê de novo na sua cidade e, muito menos, na administração do doutor. Mas a culpa não é só do prefeito, mas também do morenopolitano, que não respeita a sua cidade como espaço urbano. E o problema da cidade —de Campo Grande e de todas as outras— está indissoluvelmente ligado ao da sociedade.
Como todas as ciências humanas, o urbanismo não se
configura apenas como problema técnico, mas como questão ética, social e
política —e até artística. E o urbanismo dos urbanistas não mais responde aos
anseios da sociedade —o espaço urbano tornou-se num problema de todos, uma
responsabilidade de todos os cidadãos. A ocupação do território urbano exige
responsabilidade e empenho coletivos. Em suma, a cidade é um problema de toda a
sociedade e deveria tornar-se uma profissão de todos.
Por conta disso, é cada vez mais necessário maior
conhecimento e discussão dos usos atuais e futuros do território da cidade, e
do modo como, atualmente, para benefício de alguns (políticos e empresas,
principalmente), há uma socialização do prejuízo para todos. E a cidade está
cada vez pior.
O que se faz na área de saúde é o caos. Os serviços
públicos de saúde apresentam problemas estruturais, tais como filas imensas e
demoradas, ausência de equipamentos e medicamentos, número reduzido de empregados
e, pior, total desrespeito ao cidadão que necessita dos serviços de saúde.
Violência: um dos problemas urbanos que mais preocupa a
população é a violência, pois todos estão vulneráveis, principalmente nas
grandes cidades. Diariamente têm-se notícias de estupros, assassinatos,
assaltos, tráfico de drogas agressões e outras modalidades de desvios sociais e
violência. A população morre de medo, e o que é pior, a grande maioria não
confia nas instituições da segurança pública.
Desigualdade social é outro problema grave. A
desigualdade social não é diferente dos outros problemas urbanos da cidade.
Isso ocorre entre as regiões e bairros, refletindo em aspectos como a qualidade
de vida, educação, segurança, entre outros. Uma pequena parcela da população é
muito rica, enquanto a maioria é pobre; o que é um reflexo da grande
desigualdade na distribuição de renda.
Políticas públicas devem ser desenvolvidas para
proporcionar uma distribuição de renda mais igualitária, diminuindo a
disparidade entre a população. Investimentos em serviços públicos se fazem
necessários (educação, saúde, moradia, segurança etc.) de forma que eleve a
qualidade de vida e, principalmente, dignidade para os cidadãos morenopolitanos.
Em 2016 a sentença foi proclamada: nos quatro anos
seguintes Campo Grande irá parar. E não será num semáforo —embora isso possa
também acontecer. Qualquer urbanista de bairro poderá confirma: a cidade chegou
ao seu ponto de saturação e a administração do dr. Trad demonstra que as
perspectivas não são nada animadoras. Mas não só a cidade está saturada —os
seus moradores também estão de saco cheio. Ninguém mais aguenta ver a cidade se
despedaçando por conta da inaptidão político-administrativa.
As chamadas autoridades atribuem a responsabilidade pelo
atual estado de coisas à falta de recursos materiais e financeiros,
esquecendo-se, porém, de que a carência de recursos são somente produto da
incompetência, da falta de conhecimentos, de capacidade, de habilidade e,
principalmente, do excesso de corrupção de indivíduos e grupos.
O povo campo-grandense pede socorro a quem interessar
possa. Socorro, lamúrias de uma população aos gritos e aos berros para que
alguém a ouça e a venha socorrer. Morenópolis é uma cidade despedaçada,
degradada por uma sucessão —desde André Puccinelli na década de 1990— de
administrações incompetentes e desonestas, que maltratam seus pobres filhos sempre
com um sorriso de escárnio na face. E o dr. Marquinhos Trad em nada inovou.
Luca Maribondo
Campo Grande | MS | Brasil
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